terça-feira, 10 de maio de 2011

Mulheres que correm com os lobos.


"Vicejar é o nosso destino na terra. Vicejar, não apenas sobreviver, é o nosso direito
inato na qualidade de mulheres."

 Apesar de tratar da alma feminina, mas não como os clichês das revistas e mídia especializada no assunto, este é um livro obrigatório nas prateleiras de qualquer um, seja de que sexo for. É um livro que encanta.

Escrito pela psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés, que mistura psicologia, história, misticismo e antropologia num mesmo texto, o livro reúne 19 interpretações de lendas antigas. São estórias que escutamos quando criança e que ainda se perpetuam por aí, do Patinho Feio a lendas mais obscurecidas pela História como a La Llorona. 

A leitura é fácil e a autora penetra nas profundezas da natureza instintiva da mulher (e por que não do ser humano?) para explicar estórias infantis que não têm nada de ingênuas, muito pelo contrário, são ensinamentos de vida.



O que você e a menina de “Sapatinhos Vermelhos” têm em comum? Qual o ser humano que não passou por uma situação de vício? Não falo apenas de dependência química, mas de todos os vícios que existem e que criamos naturalmente, seja ele o comodismo ou o alcoolismo. E quando eles te fazem “dançar” sem parar? Até que suas próprias pernas sejam cortadas. É através dessas estórias que Clarissa encontra um meio de analisar o leitor e a sociedade.

"O anseio pela mulher selvagem surge quando nos encontramos por acaso com alguém que manteve esse relacionamento selvagem. Ele brota quando percebemos que dedicamos pouquíssimo tempo à fogueira mística ou ao desejo de sonhar, um tempo ínfimo à nossa própria vida criativa, ao trabalho da nossa vida ou aos nossos verdadeiros amores." 
(Trecho do livro)



O assunto se estende muito além do compreender a alma feminina. Fala sobre a aceitação da morte tanto como da vida, da transformação. Para ela, tanto as lágrimas como o riso são sagrados, e para explicá-los a autora se arma de simbologias históricas carregadas de sentimento.
“É preciso um coração disposto a morrer, renascer, morrer e renascer repetidamente.”

A obra é um culto ao amor verdadeiro, à independência da alma, à prática da solidão voluntária, ao sono, ao sonho e ao desejo de se sentir viva.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Era uma vez uma mulher.Essa mulher era amada. Por ser amanda, era reconhecida como inteira em si mesma. Por ser reconhecida, era livre para existir."

domingo, 8 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011


"Mesmo no melhor dos mundos, a alma precisa de uma renovação ocasional."

quarta-feira, 13 de abril de 2011



Nunca teve paciência pra cozinha porque queria comer tudo antes de pronto. O que é uma pena. Música era um grande prazer, mas nunca soube tocar numa gaita de brinquedo que fosse, o som simplesmente não saía!! Pato desengonçado, dançava com gosto, mas sem jeito algum. Vocação, cadê?? Sabia que guardar segredos era seu forte, dentro de caixas e cartas não lidas, só seus.  Mas o que fazer com segredos?  Todo mundo sabe que não se vende segredos nas lojas, a não ser que você seja alguém famoso. “ Bruna Surfistinha volta à sua carreira de puta, secretamente!” Mesmo que fosse famoso, não era exatamente esse o tipo de segredo... E sim algo só imagem sem palavra, poeira. Lembrou-se então daquele pedreiro americano que adorava ser pedreiro. Hã? Imagine alguém gostar de ser pedreiro! Terra na mão. Tijolo. Casa. Ser tremendamente apaixonado pelo ato de construir, de derrubar, de mexer no cimento. E pensou se mordendo de inveja: ah! se os meus segredos fossem cimento...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pra não perder o costume, mais um punhado de palavras:

"Confessava que tinha disciplina e acordava cedo, mas não tinha como acreditar, ele mantinha um exército dentro de si, um exército de um homem só domando centauros, produzindo miragens, dobrando os dias, duplicando a claridade da página."

terça-feira, 29 de março de 2011

teach me mummy how to grow!

quinta-feira, 24 de março de 2011



Si lên cio. Matreiro silêncio, chega mansinho pra ferir os ouvidos dos imaturos. “Corre, muda, alcança!” Ele repete com os dentes arregaçados. “Bem, é isso aqui e não aquilo... Tá tudo mesmo tããão errado!” O dono das verdades cruas tem uma mania irritante de fofocar aos quatro ventos sobre cada linha linda do seu rosto, imperfeições das quais eu tanto gosto. Dá um medo, me faz lembrar de você porque me faz lembrar do que eu sou. Funciona como um vácuo negro. E é aí que eu me encontro nuns instantes pra depois negar tudo, nego até o fim. Pego uns tantos livros, engulo umas poucas doses de cachaça e me mantenho alienada, por pura escolha.

quarta-feira, 16 de março de 2011

sobre felicidade.

Ele me chegou assim, todo carregado de felicidade pra mim, sorriso na cara... E agora vai embora, deixando só saudade. Saudade, saudade!
A felicidade quando vem, não tem mania de apresentar-se e de dizer: “Olhe, estou aqui!”. 
Ela simplesmente vem, ela de repente vai...
Naquele tempo eu costumava nadar em felicidade, tomá-la a goles longos e volumosos, posso dizer até que vomitava alegria de não caber mais no organismo. Aí , tinha mania de inventar problema pra balancear, era uma calçinha furada, perguntas idiotas, ser ou não ser, me enjoava o fato de estar tão feliz sem saber. Das vezes que adormecia ao lado dele e consequentemente ao lado dela, a cabeça reencostada sob o aconchego de seu peito, acordava mesmo com uma vertigem no corpo todo! Porque ele estava bem ali, ela também. E agora ele vai embora e como se não bastasse, leva ela na bagagem, pra o outro lado do mundo. Total addicted. Eu era tão maior, como eu pude ser tão maior? Agora tudo permanece morbidamente quieto demais, frio demais, vazio. Em que pensar? Em quem? E o que será?  Essa coisa de que não é preciso mais nada quando se tem amigos é bobagem, eu bem sei que a gente quer mais, quer doação completa, 24h de carinho, declarações às 3h da matina, a gente quer café na cama, mais que cuidado, um amor que nos tire do chão.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

o leite derramado sob a natureza morta...me choca, me choca!




Saturada de morar entre muros enfarpados, aqueles mesmos construídos por você e por mim, por toda a gente. Anna sentia que a chuva rala de agora vinha como que para acompanhar a tristeza de viver em um mundo cheio de indivíduos idiotas, frios e socialmente corretos, tô falando de toda a gente que não entende a sutileza de certas ações... Gente que nem ao menos procura entender o que se passa na cabeça do outro. Mas o que eu queria mesmo dizer é que esse dia foi um verdadeiro DIA DE CÃO para Anna!!! Típico dos dias que vem logo depois dos momentos felizes de bonança. Às vezes me irrompe o pensamento de que Deus calcula a felicidade líquida de cada cidadão para depois revertê-la, na mesma quantidade, em desgraça e tristeza. E digo mais, caso ele se sinta por demais inspirado, permite-se derramar mais uns litrinhos de vazio além da conta... Só pra.. Só pra..hm, rir. Rir da sua cara de cocô. Pois é. Já para os otimistas, vai a chance de que futuramente Ele recompense todos os sofridos com muitos e muitos litros overdose de alegria. Eu sinceramente não creio nisso. Pra mim é tudo uma questão de sorte mesmo e mais nada a discutir. Nessa vida nada se sabe, mesmo! Enfim, voltando... a chuva rala e o coração murcho. Anna repousou os olhos pesados sob uma criança que dormia serenamente em outra realidade. Choque. Aquela criatura pura era tremendamente antagônica à babilônia do mundo moderno, à complexidade dos desencontros, à sua tia no pé do ouvido, aos milhões de projetos em andamento, à... Calou-se. Tudo o que queria fazer era dormir ao lado da criança, também como uma criança. Que bom seria se acordasse ainda criança! As lágrimas teimavam em descer, e assim Anna deixava que descessem... Lembrou-se de que um dia fora assim, não só ela como também o padeiro arrogante, o ladrão viciado, o político corrupto, a mãe sem razão, o padre safado, o professor carrancudo. Que maravilha seria não entender porque o céu é azul, o porquê de não andar nu, sentar de perna aberta pra falar bobagem. Como um bicho machucado, aninhou-se  ao lado da criatura plena de infantilidade. Queria mesmo era aquietar o espírito revolto com um punhado de inocência que transbordava da criançinha.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ócio Improdutivo



 Ó céus! Qual é o meu poder diante dessa coisa , que agora há pouco era faísca, e que nesse instante me corrói sem piedade, de um jeito apaixonadamente bonito, me corrói.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011



"Cultura demais mata o corpo da gente, cara, filmes demais, livros demais, palavras demais."

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ode aos bêbados






A embriaguez!  Vontade de ter a verdade escondida nas extremidades dos confins do indivíduo. E ainda tem gente que quer esquecer do último porre, que não era eu... não era eu... não podia ser eu!  Uma ova. Tudo aquilo era mais você do que isso aí sentado na cadeira de escritório com canetinha na mão. Pena que nenhuma garrafa de carreteiro ou carreirinha de pó consegue efeito permanente. Perfeito mesmo seria sentir pra sempre aquele entorpecimento que preenche a gente subitamente, sonho mesmo seria sentir isso tudo vim daqui de dentro. Isso que de quando em quando eu sinto, arrepio, abraço forte pra não me deixar e que vai sem cerimônia... Admiro muito os poucos bêbados inundados de si, portadores de uma sobriedade tal que conseguem penetrar corajosamente nas tais extremidades dos confins do indivíduo sem molhar a língua ou assassinar neurônios.
"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."

Lindo.
(Caio F. Abreu)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Costumava não acreditar naquela teoria de que quem não espera, acha. Para mim as coisas só eram alcançadas através dos meus próprios passos.. Até que em uma noite enluarada, João caiu diretinho nos meus braços gastos de ir de abraço em abraço infinitamente, não mexi sequer um dedinho, e ele já estava caindo em mim como rojão de festa junina, explodindo e espalhando os pedaços. Eu, descuidada como sempre, me mantive boquiaberta pelo tamanho susto e o que aconteceu foi que um desses pedaços (um dos grandes) entrou pela minha garganta e ficou por aqui mesmo. No começo engasguei, tossi, esbravejei... Queria vomitar aquele corpo estranho. Mas passado um tempo, me acostumei ao fato de João estar em mim e eu estar em João. Quando o sol enfim nasceu, para a minha grande surpresa ele ainda estava lá dormindo como anjo sorrindo pelos cantos da boca.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Não me chegue carregado de conclusões desmedidas sobre mim, sobre os outros! Não perca seu tempo enchendo a boca com palavras vazias sobre a medida das coisas! Quero dizer que há sim certas coisaaaas imensuráveis, tá aí o universo pra provar o que digo. Isso não é nenhuma bobagem, aliás... Bobagens são ótimas, você já notou? Afinal, a dita Lógica Racional Matematicamente Estabelecida Pelos OUTROS (que nunca saberemos ao certo quem são, porque é a gente e ao mesmo tempo não é), nunca salvou o mundo? Desconfio que a essa altura do campeonato tá mesmo difícil. Digo que com toda certeza as bobagens são mais! Todos os dias, são justamente elas que acalentam muitos olhos amargurados por aí... Todos os dias, uma palavra idiota que soa como palavrão, um gesto espontâneo e um sorriso que contém a leveza de ser descompromissado... É por essas e por outras que deveríamos agora, nesse exato instante, sair a little da claustrofobia da tela a fim de dançar ao som de uma cumbia caliente.
"— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura.

Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor.

Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida."

(Rita Apoena)

domingo, 30 de janeiro de 2011

Como eu poderia imaginar que um dia aquele louco que perambulava pelas ruas seria tão próximo? Gosto dele e isso não me sai da cabeça! Se quisesse, listaria umas tantas diversas coisas bonitas que me fazem escrever tudo isso.. Mas não irei fazê-lo para evitar a fadiga... É, realmente são muitas tantas várias coisas que eu não me arriscaria a listá-las porque com certeza eu esqueceria de alguma escondida por debaixo dos pêlos, esqueceria daquelas que eu desconhecia cega de ego e de outras que estavam por vir, além das que definharam e desapareceram por ordem dos acontecimentos. Amar , em muitos casos, é a explosão de sentimentos acarretada por inúmeras coincidências... Meras coincidências perigosíssimas! E de repente, vem a descoberta: é aqui que abrimos as pálpebras e notamos um líquido viscoso impregnado no corpo e até no pensamento que se torna cada dia mais pegajoso pela lembrança dele. Ele que a essa altura não é apenas um individuo comum, mas alguém de valor estimado por ter se tornado uma lembrança, um pacote de lembranças sobre momentos bonitos. Mas com esse cara foram apenas uma série de certezas misteriosas, daquelas que você jura que são místicas apesar de certas e justamente por serem certas. Tipo de questões envolvidas com a posição dos astros e a constituição das nossas peles. Mais ou menos como a famosa frase de Caio F. Abreu que diz, “Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra”. Se alguém consegue transmitir detalhadamente o choque da verdade que todo mundo finge não saber, esse alguém é ele.. E apesar de andar nu pela rua de quando em quando, ele é o mais lúcido entre bilhões de pessoas... O mais sincero.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Feliz 2011!!!!!!!!!



Tantas bobagens bonitas! Dançava, caía, acordava. Eu me renovava e ainda me renovo a cada sono, a cada sonho, a cada abraço verdadeiro. Quantas pessoas maravilhosas e quantas muitas pessoas menores de espírito! Me esbarrei com indivíduos que me sacudiram de uma forma que eu achava a linha, aquela famosa linha da qual a gente se distancia sempre, da qual a gente teima em esquecer, a única, o meu caminho de diamantes. Ô ano boêmio... Caixa de pandora, foto de peito nu, coração aberto. E tantos, tantos, tantos desamores. Que pena, pois foi tanto prazer pelo prazer que a gente se esquecia de amar de vez em quando. Estávamos todos lá, afrouxados, numa noite estrelada que durou 365 dias de embriaguez. E nesse exato momento, dia 1 de Janeiro de 2011 (que espero não ser o último ano da minha vida, como dizem os escatológicos), estou indo arrumar meu quarto, limpar as estantes, varrer o chão e organizar a cabeça pra esse ano novinho em folha! E em relação à ele, tenho os mais astuciosos quereres que alguém pode ter: quero amar como nunca, me permitir como nunca, transcender como nunca... Além de todos aqueles prazeres humanos deliciosos, dançar, escrever, comer, transar, sonhar, trabalhar, cantar, adormecer, acordar, fotografar, se saciar... E tantos outros verbos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Essa música é absurdamente linda!