sábado, 12 de dezembro de 2009


Coisas um tanto pessimistas e muito interessantes que achei por ai:


"O mundo jamais o desencorajará de operar na configuração padrão, porque o mundo dos homens, do dinheiro e do poder segue sua marcha alimentado pelo medo, pelo desprezo e pela veneração que cada um faz de si mesmo. A nossa cultura consegue canalizar essas forças de modo a produzir riqueza, conforto e liberdade pessoal. Ela nos dá a liberdade de sermos senhores de minúsculos reinados individuais, do tamanho de nossas caveiras, onde reinamos sozinhos." David Foster Wallace


"Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar sobre o crescimento de uma flor. O terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até sua morte. Não reverenciam as próprias vidas, mijam em suas vidas. As pessoas as cagam. Idiotas fodidos. Concentram-se demais em foder, cinema, dinheiro, família, foder. Suas mentes estão entupidas de algodão. Engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Acabam deixando que os outros pensem por elas. Suas mentes estão entupidas de bosta. São feios, falam feio, caminham feio. Toque pra elas a maior música de todos os tempos e elas não conseguem ouvi-la." Charles Bukowski

terça-feira, 1 de dezembro de 2009




Pontinhos.
Diversos pontinhos coloridos andando pelas ruas, correndo pra algum lugar, ocupados. Cada um imerso na bolha do seu mundo. E diante da imensidão da vida essas coisas que vivem por ocupá-la quase que inteiramente, parecem-me superflúas. Aí, percebo que estamos no mesmo barco, do pedinte no ônibus ao empresário: pontinhos. Feitos da mesma matéria, enrolados aos quereres infinitos, mortais. E apesar de eu mesma também ser um ponto, me sinto gigante, e sei que quando penso desse modo, realmente torno-me gigantesca. E o que faz um simples ponto ser gigante? Acho que são todas essas coisas que a gente não entende bem, mas que ama.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

liberdade na inconstância

Planejou todo o seu dia, os seus horários e seus objetivos. Mas o dia lhe pregou uma peça, ele já tinha seus planos para ela. A única coisa a ser feita era se deixar levar pelos planos maravilhosos que as coincidências, o desenrolar dos fatos ou o divino lhe desejava.
"Sou uma filha da natureza:quero pegar, sentir, tocar, ser.E tudo isso já faz parte de um todo,de um mistério.Sou uma só... Sou um ser.E deixo que você seja. Isso lhe assusta?Creio que sim. Mas vale a pena.Mesmo que doa. Dói só no começo."
Clarice Lispector

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009


Escuridão.
O preto toma conta de toda a vizinhança, assim de repente. Apesar de toda a poluição da cidade, ainda é possível notar algumas estrelas no céu azul marinho. Nos apartamentos, os adultos acendem as velas e as crianças descem desembestadas e aos berros com suas pequenas lanternas. Os cachorros não param de uivar, há algo de estranho naquilo que remete ao medo, toda aquela incomum ausência de luz. Um som bonito invade as janelas e varandas, o som romântico e dramático de um instrumento musical que é tocado apenas quando seu dono tem tempo. A escuridão também traz o tempo, não há o que fazer se não esperar ,da melhor forma possível, a energia chegar. Tudo contribui para formar um quadro incomum, e por que não bonito? Não há muitas cores, apenas o vento, a música, as vozes e a aproximação. O cenário se torna um pouco interiorano, as pessoas sentam juntas perto do mundo e o observam com os olhos perdidos na imensidão, algumas sem muitas palavras, outras fofocam. Os bebês choram de medo do escuro; gente grande chora por dentro devido ao mesmo medo, não necessariamente por causa do escuro, mas do que ele traz consigo: o desconhecido. Nesses momentos, a humanidade se mostra mais humana, não há o que nos aliene e nem os desvios sérios de atenção que todo o excesso de informações e imagens nos traz. Apenas nós mesmos e o vento.

terça-feira, 17 de novembro de 2009


Mundo louco e sem sentido.
Perverso também, por que não?

Maria que gostava de José que era apaixonado por Ricardo que amava Ana que sonhava com Maria...

sábado, 14 de novembro de 2009


Hoje senti uma paz interior, e todo o ambiente conspirava para transmiti-la. Uma harmonia gostosa em tudo que meus olhos e minha alma podiam enxergar.


"O meu olhar é nitido como um girrassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando pra direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança, se ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou..."

Alberto Caeiro

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


"Timidamente eu ouvia sua música
E sentia os estalos do seu caminhar
Eu queria ter minha foto estampada em sua blusa
Minha carne em sua unha
Dentro e fora de você"

domingo, 18 de outubro de 2009

Charles Bukowiski


De porre,
Efetivamente de porre,
chegou à repartição:
ele estava errado,
e os companheiros de escritório,
a mulher, os amigos,
o planeta inteiro,
todos, todos
estavam com a razão,
enquanto ele
preferiu estar de porre.


O amor a tornava esbelta.
O amor que respirava e retirava de cada pequeno detalhe que lhe aparecia à vista.
Era linda porque amava. Amava, então vivia.
Experimente ouvir uma pessoa que fala com paixão e outra que fala apenas com o raciocínio.
O discurso do apaixonado é tão eloquente que mesmo se não tiver sentido algum tudo aquilo para você, se torna saboroso, interessante e curioso aquelas palavras ditas com tamanho tesão.
O amor se propaga no vácuo,no chumbo, no ar... Basta alguém começar a perpetuar que se tornará vasto. Ela morreu amando e acreditando no amor.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

dia lindo de morrer


O céu é de um azul viril pintando em uma tela sem espaços vazios. O vento é suave e acompanha o vôo dos pássaros que anunciam o brotar de mais um dia nesse mundo sem explicações. As palmeiras balançam suavemente. O sol esquenta a pele afagavelmente. As incertezas vem a sua cabeça. Num dia lindo de morrer, ele não quer pensar em tristeza ou dúvidas existenciais. Quer simplesmente ser.

domingo, 26 de julho de 2009

os enlatados


Minha cabeça complexa cria imagens o tempo todo que nem sempre condizem com a "realidade". Meus medos misturam-se em minhas paixões bem como em minhas alienações quando estou prestes a praticar uma ação, de tal modo que não sei bem ao certo se o que fiz foi fruto de meus mais intensos e puros sentimentos e vontades ou se são coisas enlatadas que foram embutidas aqui dentro ao longo do tempo!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

mães sempre ganham!


Uma raiva momentânea e arrebatadora gritava em minha garganta e consumia todo o meu cérebro. Queria jogar aquele celular de toque esganiçado e irritante que ,por alguns instantes, me parecia ser o culpado de todo o meu estresse, no chão. Seria uma sensação sublime, jogar aquele treco com toda a minha força contra os azulejos verdes e vê-lo espatifar-se e enfim, morrer. Seria como uma injeção de anestesia, transferir meus pensamentos nebulosos para um complexo objeto. Não o fiz. O celular era de minha mãe(verdadeira causadora de meu estresse), custou dinheiro e eu não tinha como pagar por outro. Ela iria acentuar minha raiva gritando e me xingando o tempo todo até que isso me levasse a loucura ou a morte. Concluí que seria melhor chorar e escrever.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Em cada esquina uma paixão.


Distraída, olhava pinturas subjetivas nas paredes, como que para fugir de minha fria realidade. De repente, me deparo com você olhando as mesmas pinturas, assim sem compromisso. Meu coração acelera e vai a boca, gelo, nenhuma reação externamente visível porém, internamente havia um turbilhão de falas decoradas e inseguranças infantis. Não é amor. Amor é uma palavra muito nobre para ser usada nessas situações embaraçosas. É paixão. Daquelas que tenho um monte, uma em cada esquina. Duas,três,quatro ou até mesmo dezenas de uma só vez. Reações químicas que se misturam e confundem a cabeça. Nenhum valor atribuído a mais que isso. Pura idealização, mentira enfeitada, futura decepção. Gosto do sabor das paixões, mesmo que não bem queridas. São como súbida alegria ou tristeza repentina. Como doces que quando mordo dói o dente, mas dentro tem uma meleca de morango deliciosa!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009