Costumava não acreditar naquela teoria de que quem não espera, acha. Para mim as coisas só eram alcançadas através dos meus próprios passos.. Até que em uma noite enluarada, João caiu diretinho nos meus braços gastos de ir de abraço em abraço infinitamente, não mexi sequer um dedinho, e ele já estava caindo em mim como rojão de festa junina, explodindo e espalhando os pedaços. Eu, descuidada como sempre, me mantive boquiaberta pelo tamanho susto e o que aconteceu foi que um desses pedaços (um dos grandes) entrou pela minha garganta e ficou por aqui mesmo. No começo engasguei, tossi, esbravejei... Queria vomitar aquele corpo estranho. Mas passado um tempo, me acostumei ao fato de João estar em mim e eu estar em João. Quando o sol enfim nasceu, para a minha grande surpresa ele ainda estava lá dormindo como anjo sorrindo pelos cantos da boca.
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Um comentário:
que coisa mais linda, marina, que coisa mais linda!
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