quarta-feira, 18 de agosto de 2010
vermelho profano
O sangue se mistura com a água e esvai-se pelo ralo, o meu sangue. Sou mulher, mas funciono como cadela no cio. No fundo das coisas, não há diferença entre uma cadela que solta sangue pela vagina e uma mulher que solta sangue pela vagina. As duas procuram um macho alfa pra se satisfazerem, e depois outro, e depois outro e assim sucessivamente. A feminilidade é vermelho sangue. Eu, particularmente, gosto muito dessa cor que sai de mim. É tudo tão íntimo, tão claro e visceral... Os ciclos da lua, das marés, da rotação da terra, de todo o funcionamento do universo está nesse sangue que vai embora pelo ralo,pelo esgoto,pelo mar,pelos rios que alimentam as plantas que nos alimentam fechando ciclos,ciclos,ciclos! Todos aqueles leões famintos farejam o odor amargo sangue a quilômetros de distância, olham para os lados embriagados procurando... Os movimentos sinuosos, o ar imperial e os olhos hipnotizantes daquela que não se sabe nomear: misto de divino que é profano e um punhado de carne, tanta carne! A saliva escorre pelo canto da boca dele, enquanto ela caminha fingindo não ser nada, sendo tudo. Pobre leão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
nunca tinha percebido a mestruação com tanta profundidade. kkkkkk
Também nunca a recebi de forma tão lisonjeira.
Postar um comentário