terça-feira, 24 de novembro de 2009

liberdade na inconstância

Planejou todo o seu dia, os seus horários e seus objetivos. Mas o dia lhe pregou uma peça, ele já tinha seus planos para ela. A única coisa a ser feita era se deixar levar pelos planos maravilhosos que as coincidências, o desenrolar dos fatos ou o divino lhe desejava.
"Sou uma filha da natureza:quero pegar, sentir, tocar, ser.E tudo isso já faz parte de um todo,de um mistério.Sou uma só... Sou um ser.E deixo que você seja. Isso lhe assusta?Creio que sim. Mas vale a pena.Mesmo que doa. Dói só no começo."
Clarice Lispector

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Publicidade criativa:

Leia mais.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


Escuridão.
O preto toma conta de toda a vizinhança, assim de repente. Apesar de toda a poluição da cidade, ainda é possível notar algumas estrelas no céu azul marinho. Nos apartamentos, os adultos acendem as velas e as crianças descem desembestadas e aos berros com suas pequenas lanternas. Os cachorros não param de uivar, há algo de estranho naquilo que remete ao medo, toda aquela incomum ausência de luz. Um som bonito invade as janelas e varandas, o som romântico e dramático de um instrumento musical que é tocado apenas quando seu dono tem tempo. A escuridão também traz o tempo, não há o que fazer se não esperar ,da melhor forma possível, a energia chegar. Tudo contribui para formar um quadro incomum, e por que não bonito? Não há muitas cores, apenas o vento, a música, as vozes e a aproximação. O cenário se torna um pouco interiorano, as pessoas sentam juntas perto do mundo e o observam com os olhos perdidos na imensidão, algumas sem muitas palavras, outras fofocam. Os bebês choram de medo do escuro; gente grande chora por dentro devido ao mesmo medo, não necessariamente por causa do escuro, mas do que ele traz consigo: o desconhecido. Nesses momentos, a humanidade se mostra mais humana, não há o que nos aliene e nem os desvios sérios de atenção que todo o excesso de informações e imagens nos traz. Apenas nós mesmos e o vento.

terça-feira, 17 de novembro de 2009


Mundo louco e sem sentido.
Perverso também, por que não?

Maria que gostava de José que era apaixonado por Ricardo que amava Ana que sonhava com Maria...

sábado, 14 de novembro de 2009


Hoje senti uma paz interior, e todo o ambiente conspirava para transmiti-la. Uma harmonia gostosa em tudo que meus olhos e minha alma podiam enxergar.


"O meu olhar é nitido como um girrassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando pra direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança, se ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou..."

Alberto Caeiro