quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


Lábios cerrados, língua dura, testa tensa, ombros que carregam todo o peso de um amor que não foi, que
não foi porque não podia ser.

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mulheres que correm com os lobos.


"Vicejar é o nosso destino na terra. Vicejar, não apenas sobreviver, é o nosso direito
inato na qualidade de mulheres."

 Apesar de tratar da alma feminina, mas não como os clichês das revistas e mídia especializada no assunto, este é um livro obrigatório nas prateleiras de qualquer um, seja de que sexo for. É um livro que encanta.

Escrito pela psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés, que mistura psicologia, história, misticismo e antropologia num mesmo texto, o livro reúne 19 interpretações de lendas antigas. São estórias que escutamos quando criança e que ainda se perpetuam por aí, do Patinho Feio a lendas mais obscurecidas pela História como a La Llorona. 

A leitura é fácil e a autora penetra nas profundezas da natureza instintiva da mulher (e por que não do ser humano?) para explicar estórias infantis que não têm nada de ingênuas, muito pelo contrário, são ensinamentos de vida.



O que você e a menina de “Sapatinhos Vermelhos” têm em comum? Qual o ser humano que não passou por uma situação de vício? Não falo apenas de dependência química, mas de todos os vícios que existem e que criamos naturalmente, seja ele o comodismo ou o alcoolismo. E quando eles te fazem “dançar” sem parar? Até que suas próprias pernas sejam cortadas. É através dessas estórias que Clarissa encontra um meio de analisar o leitor e a sociedade.

"O anseio pela mulher selvagem surge quando nos encontramos por acaso com alguém que manteve esse relacionamento selvagem. Ele brota quando percebemos que dedicamos pouquíssimo tempo à fogueira mística ou ao desejo de sonhar, um tempo ínfimo à nossa própria vida criativa, ao trabalho da nossa vida ou aos nossos verdadeiros amores." 
(Trecho do livro)



O assunto se estende muito além do compreender a alma feminina. Fala sobre a aceitação da morte tanto como da vida, da transformação. Para ela, tanto as lágrimas como o riso são sagrados, e para explicá-los a autora se arma de simbologias históricas carregadas de sentimento.
“É preciso um coração disposto a morrer, renascer, morrer e renascer repetidamente.”

A obra é um culto ao amor verdadeiro, à independência da alma, à prática da solidão voluntária, ao sono, ao sonho e ao desejo de se sentir viva.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Era uma vez uma mulher.Essa mulher era amada. Por ser amanda, era reconhecida como inteira em si mesma. Por ser reconhecida, era livre para existir."

domingo, 8 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011


"Mesmo no melhor dos mundos, a alma precisa de uma renovação ocasional."

quarta-feira, 13 de abril de 2011



Nunca teve paciência pra cozinha porque queria comer tudo antes de pronto. O que é uma pena. Música era um grande prazer, mas nunca soube tocar numa gaita de brinquedo que fosse, o som simplesmente não saía!! Pato desengonçado, dançava com gosto, mas sem jeito algum. Vocação, cadê?? Sabia que guardar segredos era seu forte, dentro de caixas e cartas não lidas, só seus.  Mas o que fazer com segredos?  Todo mundo sabe que não se vende segredos nas lojas, a não ser que você seja alguém famoso. “ Bruna Surfistinha volta à sua carreira de puta, secretamente!” Mesmo que fosse famoso, não era exatamente esse o tipo de segredo... E sim algo só imagem sem palavra, poeira. Lembrou-se então daquele pedreiro americano que adorava ser pedreiro. Hã? Imagine alguém gostar de ser pedreiro! Terra na mão. Tijolo. Casa. Ser tremendamente apaixonado pelo ato de construir, de derrubar, de mexer no cimento. E pensou se mordendo de inveja: ah! se os meus segredos fossem cimento...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pra não perder o costume, mais um punhado de palavras:

"Confessava que tinha disciplina e acordava cedo, mas não tinha como acreditar, ele mantinha um exército dentro de si, um exército de um homem só domando centauros, produzindo miragens, dobrando os dias, duplicando a claridade da página."